domingo, 22 de março de 2009

Minha Ferramenta: Espelho

Espelho 01:

Para chorar, dirija a imaginação a você mesmo, e se isso lhe for impossível por ter adquirido o hábito de acreditar no mundo exterior, lembre do espelho que está guardado entre suas nádegas.

Instrução para resgate do espelho:

Com as pernas paralelas gire sua extensão final, um depois o outro, em sentido contrário, flexione as batatas, relaxe os joelhos, deixe a força gravitacional agir livremente sobre sua cabeça, vai descendo vértebra por vértebra até a cabeça ficar próximo aos pés. Pronto, é só procurar, com as duas mãos e...

Com o espelho, ainda sujo, fixe os olhos nele até o interior, primeiro dele depois seu
Próximo passo:
Só escolher.
A afirmação
A dúvida
A troca
As...
Os...
Etc...

Espelho 02:

Aqui do alto, no fino barbante
Não sei como
Cheguei até aqui, de lado
Até a metade só enxergava à frente – até que bom!
A frieira, o bicho de pé
Me fez parar, parar e...
Um leve deslocamento
Para a esquerda e direita
E...
Tudo conhecido ainda
Não basta, quero ver atrás
O espelho que havia dito, por sorte, já havia recuperado
Coloquei no ângulo em direção atrás
Há pessoas atrás
São pessoas, quem são?
Pelo espelho não os ouço
Uma inquietação, uma concentração, um sacrifício
A virada
Dias após ver tudo pelo espelho
É estranho!
Um silêncio angustiante perpassou-me
O silêncio não era do espelho
O silêncio é meu
O silêncio são as pessoas
O silêncio é a vida
O silêncio... O silên... O sil... O si... Os... O...
O Silêncio
Forma viva de dizer: “NÓS EXISTIMOS”

JUDSON

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