terça-feira, 17 de março de 2009

Limite Ilimitado

No dia 19/01/2009, sai de casa umas 6:40 e peguei o ônibus bem do lado de casa, e no caminho, num sei porque, reparei que havia muitos stickers e desenhos nas paredes do percurso que nunca havia reparado com tanta atenção como nesta segunda, me lembro que cheguei por volta das 8:30 na frente do prédio Tomie oh take e havia um morador de rua atravessando a rua bem no semáforo ao lado, com um nariz de palhaço em seu rosto e um pedaço de papelão pendurado no pescoço escrito “não sou palhaço”, e ele nem estava bêbado, pelo menos não parecia, acho foi uma forma de manifestação dele talvez, num sei ao certo, e em seguida entrei no prédio e vi que provavelmente a aula seria relacionada com desenhos, pois a Mariana e o Mauricio já estavam aprontando quatro mesas com materiais diferentes em cada uma delas, porém havia tintas coloridas em todas as mesas, isso para mim já chamou atenção, pois notei que iríamos pintar e já vim observando coisas relacionadas a pintura desde os meus primeiros olhares ao mundo neste dia, e na verdade nunca fui muito bom nesta parte de desenhos, e então no desenrolar da aula foi passado que haveriam quatro mesas separadas para desenvolver quatro técnicas diferentes de gravuras, busquei o significado técnico de cada uma, que são:

- Isogravura: Gravura em isopor. Solução decorrente da xilogravura, na qual uma placa de isopor é gravada e entintada para que se consiga a reprodução da imagem. Pode ser usada para impressão em papel ou tecido.

- Estêncil: (do inglês stencil) é um desenho ou ilustração que representa um número, letra, símbolo tipográfico ou qualquer outra forma ou imagem figurativa ou abstrata, que possa ser delineada por corte ou perfuração em papel, papelão, metal ou outros materiais. O estêncil obtido é usado para imprimir imagens sobre inúmeras superfícies, do cimento ao tecido de uma roupa.

- Monotipia: é um tipo de impressão na qual uma folha é colocada sobre uma superfície (cobre, acrílico ou vidro) com uma fina camada de tinta. O artista desenha no verso dessa folha e o desenho aparece ao contrário na frente. O nome da técnica deve-se ao fato dos desenhos serem quase únicos, devendo-se reforçar a tinta e o desenho para que sejam feitas outras cópias.

- Carimbo (do quimbundo "kirimbu", significando marca): é o nome pelo qual, no português, se denomina o instrumento com o qual se marca papéis a tinta.

No decorrer da aula notei que essa coisa de falar que “não, isso não é pra mim” ou “num sei fazer isso, é muito difícil” ou “num vai mudar nada eu fazer isso” e todas estas afirmações que fazemos as vezes sem nem ao menos tentar realizar a ação, são definidas como “PREGUIÇA DE PRATICAR O SEU TALENTO”.

- “Adorei a mesinha” do estêncil, pois já faço isso como um meio de divulgação da banda em que toco atualmente. Mas mesmo assim, acho que deveria ter utilizado outras técnicas e ter explorado mais o lado desinteressado da minha consciência querendo fazer só o que estou acostumado a fazer, mas felizmente temos 30 monitores nesta sala e notei que até pessoas que achavam que num poderiam fazer um desenho legal ou que apenas achavam que não sabia desenhar, chegou com uma obra de arte fudida. Eu paro, penso e concluo!

Pra que ter tantas coisas nesta sala se simplesmente estamos confusos e curiosos, tentando descobrir o que estão querendo de nós aqui dentro, o que irá nos ser oferecido, esquece tudo isso, utilize, sugue informações, cada vez mais, ponha o cérebro pra funcionar em voltagem máxima e não tenha dó, faça críticas, exponha suas idéias, expressões, timidez, medo, vergonha, dor, ódio, queima tudo isso em público, e use tudo que nos esta sendo oferecido. Enfim todos aqui sabem muito bem o que estão fazendo aqui, deve-se apenas encarar a verdade e aproveitar, porque daqui pro mundo real, sujo e duro é rapidinho pra se afogar no coco novamente...digamos que não é uma bonanza mais sim uma satisfação consigo mesmo!!!

A partir daqui é o segundo dia que dou continuidade ao relatório que estou prezando para expor o máximo do que vivo, aprendo e faço.

Na sexta feira dia 23/01 firmei algumas idéias com um documentário chamado “O Segredo” que foi exibido no CICAS que fala sobre o real poder dos pensamentos que temos, e que tudo que acontece nas nossas vidas são frutos de nossos pensamentos mais fortes, pois então, porque realmente estamos aqui?

De alguma forma, um dia pensamos que seria importante isso para nossas vidas, não que eu esteja completamente modificado pelo documentário ou que estou tentando modificar alguém, mais simplesmente porque faz muito sentido o que foi passado, e acho mais, é impossível ser só isso, existe muito mais coisas que nem fazemos idéia, mais que vamos desvendando com o decorrer da vida que construímos.

No entanto, o que não utilizei das aulas com certeza meus companheiros ao redor utilizaram e muito, assim me mostrando não só seus belos trabalhos como me mostrando que deveria ter aproveitado mais, enfim não estou nem um pouco arrependido, e me sinto na necessidade de consumir mais disso tudo, e não aplicar somente na minha vida e sim no mundo, pois estou todos os dias vivenciando novas experiências em novos lugares com novas pessoas, e meu dever comigo mesmo é compartilhar essas experiências para que possamos colocar novas questões a todo tempo em cima do que vivenciamos de forma que aos poucos vamos enriquecendo nosso conhecimento e poder de análise da própria mente.

Uma vez pensei no ônibus qual frase eu poderia construir utilizando as palavras que terminassem em ENTE e saiu isso: (não tem muito a ver mais faz sentido)

“Gente doente, que enche de gente demente com mentes vazias”.

É isso, o que você foca na sua mente esta por vir, prepare-se. Faça o seu melhor, não tente provar nada pra ninguém, simplesmente se satisfaça!

Enfim, tivemos nosso momento do almoço para coversar o que quiséssemos e entrei em um papo com a Ziza sobre a Maiza, atriz da globo que faz sei lá o que, e que não me interessa muito, mais debatemos que poderíamos estar conversando de coisas mais produtivas ao invés de um simples ser humano como nós que está fazendo sei lá o que, e não esta nem um pouco preocupada com ninguém que está assistindo ela, pois a grana dela já esta no bolso, e nada mais importa, cheguei em um pensamento de uma pessoa que não tem um prato de comida pra jantar esta noite, mais tem a TV pra assistir a novela, assim, não paramos para pensar em nós mesmos e sim em uma pessoa que por mais que seja interessante para uns para outros nunca terá a mínima importância, mais qual a diferença?

Sou eu? É você? É o mundo? O que eu vim fazer nesse lugar?

Quando retornamos para a formação, a Ângela pediu para alguém ler um trecho de um livro que ela havia selecionado para a aula, não me lembro nem o nome do livro e nem do autor, vou deixar um espaço para que possamos preencher depois da aula ________(quem se lembrar e puder editar)________, então como já tinha me prontificado a fazer o relatório, tomei as frentes e fui ler o livro, que comentava sobre o poder da inocência de questionar qualquer coisa que lhe traga dúvida, e que haviam professores mais burros do que qualquer ser vivo irracional, e que crianças ainda questionavam fatos surpreendentes que realmente é muito difícil achar as respostas, e que com esses questionamentos chegamos a um tipo de evolução da inteligência, mais pra que ser inteligente? Pra que escrever este texto? Existe motivos pra eu estar lendo isso agora? Bem, resumindo, sempre que tivermos uma resposta, uma nova pergunta virá, mais porque?

Talvez porque não podemos esquecer de Fernando Villela? Com seu resumo da história da arte (Européia) que ao meu entendimento, a igreja foi o início de tudo com sua idéia de superioridade, aprisionando a arte por anos em telas e vitrais das quais pregavam as crenças que alguém escreveu, e simplesmente por isso temos que acreditar em algo ou alguém que nunca vimos?

Sim, sim, porque não pintamos as imagens das crenças e quem sabe adquirimos uma legião de seguidores? O estudo das pinturas que foram expostas foi muito bom, observar os detalhes, as pinceladas, a descrição, a sutileza, o cuidado e o obscuro!

É bom lembrar, que a igreja que inspirava as pinturas, e depois, a primeira saída deste poderio veio com o Renascimento da arte junto a burguesia, em auto retratos de damas e reis, e então as telas do século XV com o sarcasmo enigmático de Mona Lisa, o segredo de como representar o que você está transpondo em tela com a chegada do barroco em transição com a arte moderna, que não iludia mais e passava uma nova leitura de tudo que foi passado enquanto já chegava o cubismo para destruir o espaço óptico trazendo solidez para o espaço, chega a ser alucinante pra mim, pois é sim uma mudança atrás da outra e que faz muita diferença e é cada vez mais belo. Citados artistas respeitados e admirados pela humanidade como, Picasso, Da Vinci, Caravaggio entre outros, gostaria de completar com Jeroen van Aeken ou Hieronymus Bosch, neerlandês (1450-1516) que muitos dos seus trabalhos retratam cenas de pecado e tentação, recorrendo à utilização de figuras simbólicas complexas, originais, imaginativas e caricaturais, muitas das quais eram obscuras mesmo no seu tempo. Acho que deveria ter sido citados mais alguns do contemporâneo, afinal estamos vivendo esta época da arte, e ficou faltando, o passado é belo e rico em arte, mais temos muitas obras e artistas consagrados hoje que nem tem o nome lá em cima, como sempre foi também com todas as épocas, porém não pude evitar e trouxe algumas imagens que gostaria de exibir depois deste texto que não conta a história da arte mais sim o fim dela! O ilustrador nova-iorquino Wayne Douglas Barlowe concebeu o seu livro de 1990 «Expedition - Being an Account in Words and Artwork on the 2358 A.D. Voyage to Darwin IV» como se de facto o tivesse publicado cinco anos depois da expedição a um planeta alienígena, em 2366. É um dos artistas contemporâneos mais respeitados pela minha pessoa, para saber mais de Barlowe visite (http://bitaites.org/tag/wayne-douglas-barlowe) e algumas artes de Wellinton da Silva (Heavy) que esta com seus quadros em tela e madeira, feitos com tinta de tecido, em exposição no CCJ desde novembro, que é um artista independente e amigo de uma meia dúzia que esta nessa sala, para saber mais visite (http://www.fotolog.com/heavyarte)

Enfim, cada um tem sua visão de arte e talvez eu esteja completamente enganado sobre o que estou falando, mais eu não me importo tanto, se eu não acreditar, quem vai acreditar?!?!

Foi tudo muito útil e renovador.

Então - O que é Arte?


Ouçam também : Zumbi do Mato

http://zumbidomato.com/

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Lucas Barbosa Villar

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