domingo, 29 de março de 2009

SEM FERRAMENTA ALGUMA,

(Pois as coisas não ditas também me deslimitam...)

Cheguei a pensar em chaves, mas não pronunciei ferramenta alguma. As chaves do primeiro pensamento me vieram de modo completamente banal e a educação não precisa de maiores banalidades. A educação já está até as tampas de banalidades.

Para compreender o “estranho” e o “ridículo”, assim como todas as coisas e situações minimamente interessantes (e para irromper as poderosas e tortuosas vias da desnaturalização), a educação precisa ser o não-banal por excelência. O silêncio pode ser o contraponto do banal quando gera um gesto e um tempo de pensamento. O silêncio do primeiro momento me ajudou a ganhar tempo. E me salvou de falar a coisa, assim, só ordinariamente.

Mas tudo isso se torna enorme besteira num segundo momento, quando percebo que o objeto em si nada definiria. Nada-nada para além das funções, disfunções e modos que escolhemos para empregá-los. Mas não me engano. Isso tudo também só pude descobrir com algum esforço posterior.

Chave é molde, receita, segredo, encaixe, abertura, porta, caminho, casa, liberdade, amarra, algema, tranca, propriedade, cárcere. E tudo porque domina as “simples” funções de abrir e fechar. Em nada há simplicidade. Em tudo há domínio do ambíguo (e a nova gramática, com seu incrível repertório de engessamento das palavras, mal sabe dizer se aqui devo usar trema ou não). Pouco importa!

O que quero dizer é que a ambigüidade me deixou, tanto quanto antes, sem ferramenta alguma, pois a ferramenta é o método. Seja algema, seja porta, seja caminho, casa ou qualquer propriedade, a ferramenta é o método. A arma é o método. E meu método é, por agora, o silêncio.

(Bárbara)

sábado, 28 de março de 2009

O Caminho

Registro do dia 16.03.09 - Thaís Sandroni

O caminho

Costumo fazer os meus registros em tópicos e estes , me levam para diversos caminhos ao longo do tempo e cada tópico lembrado, uma nova historia que gera uma nova conclusão e tudo vem da memória ( Memória, que bicho grandão, parece um oceano com infinitas possibilidades).
Tive um professor que apresentava mais de 60 anos, e o cara tinha uma memória gigante, conversava de tudo e era o preferido no meio dos alunos. O professor Mauro era denominado por nós como, “ O ELEFANTE BRANCO”, a aula era um espetáculo.( Dizem que elefante da sorte e se for verdade, ele tinha de sobra). Envelhecer com saúde e com uma memória perfeita e intacta, ainda é um desejo meu.
Na época desejava tanto ser como ele que passava horas no quarto lendo diversos livros e quanto mais, melhor eu me sentia, passei um bom tempo fazendo isso e me esqueci de fazer as bobagens que os adolecentes fazem. Minha sede pelo conecimento aumentava e pouco me importava com as pessoas ao redor, pois já conhecia muitas através dos livros e isso para mim naquele momento era o sufuciente.
Até o dia que me dei conta de que nada adiantaria obter o conhecimento pelos livros e não pratica-lo ou não ter com quem comentar, tinha a necessidade de me desafiar. Por um tempo acreditei que esportes radicais e conversar em lanchonetes e bares não me acrescentariam de nada e corria para casa na busca de conhecer novas e ilustres pessoas através dos livros, as pessoas reais acabavam me descepcionando, eram imperfeitas e fracaçadas.
Mas me enganei e ainda vi em tempo de corrigir. Resolvi me reinventar, substitui o caderno velho da memória por um novo. Memória que gera pensamento que elabora idéias para serem executadas como risco de se obter sucesso ou não, mas isso tudo gera adrenalina que nos instiga a pensar mais e ter mais idéias, SENSAÇÃO DIVINA .
A cada dia que passa tenho a oportunidade de me conhecer mais. O aprendizado gera crescimento como pessoas, conhecimento que pode ser passado para gerações posteriores.
Acredito que nossas experiências de vida faz parte da educação e do educador, pois não podemos instruir as pessoas sem uma base. Não gosto da palavra educador, poderia ser outra mas agora não sei qual. Educador para mim soa frio e separado, parece que estamos distante das pessoas, é diferente da palavra conhecimento que soma e parece acolhedor.
Com uma memória de elefante, uma conhecimento diversificado, ilimitado e camparada a um dos animais mais caros, forte, selvagem e com qualidade como o Búfalo, sinto – me feliz em existir.

Thaís Sandroni

"TRATOR"

Eu escolhi um Trator para conseguir derrubar paredes que me bloqueiam internamente e externamente, o fato de propor novas idéias ou mudanças para melhoras sendo que elas são barradas por um muro, que um império construiu, assim destruindo quase toda a riqueza pura que havia e que ainda resta, o fato de querer me expor e ainda ter que ouvir que isto é errado e que não tenho suficiência para isso, o fato de querer seguir o meu caminho e automaticamente seres ignorantes bloqueiam a minha passagem, pois creio que devo passar por cima, assim como um trator derruba e destrói muitas coisas, ele também levanta e constrói coisas melhores do que eram antes, depende da situação e do momento, talvez mudanças sejam boas realmente, mais quando elas são para o bem, e não para uma beleza estética, onde o que você vê é belo, mais o que você vive é sujo, mudanças pra mim se resume como evolução e parece que ultimamente estou sendo conduzido por um fluxo contínuo andando para trás, não me sinto bem com isso, mais em minha imaginação me sinto tão bem dirigindo um trator, um trator de idéias, um trator de brutalização mental com ferramentas que tem classe e razão para se manifestar, um trator de informações que está para revelar o que há de baixo dos lençóis, prefiro dirigir meu trator até o espaço sideral, creio que no espaço não exista ignorantes, além de mim e nem muros além de meus bloqueios internos, mais o que é meu, sou egoísta o suficiente de assumir que é meu, infelizmente os ignorantes não assumem, trator neles, enfim, adoro trator!

Resolvi citar um pensamento que me inspira a continuar, lutar e conquistar!!!

“ Deixar que os fatos sejam fatos naturalmente, sem que sejam forjados para acontecer, deixar que os olhos vejam os pequenos detalhes lentamente, deixar que as coisas que lhe circundam estejam sempre inertes como móveis inofensivos para lhe servir quando for preciso e nunca lhe causar danos seja eles morais, físicos ou psicológicos! ”

- Chico Science -

LOUKAS

sexta-feira, 27 de março de 2009

“Arame”

Escolhi o arame, pois ele tem múltiplas funções.
Com um pedaço de arame, eu já resolvi diversos problemas inesperados, como por exemplo, unir o que deveria estar, ou funcionaria melhor unido, garantir a segurança de algo ou tanbém solucionar empecilhos simples, como fazer um varal de roupas. Da mesma forma de um arame, um educador deve ser um instrumento que auxilie o aluno conforme suas demandas, interligando ou dando forma ao conhecimento.
E acredito que,um educador deve estar previamente preparado para o inesperado.
A própria simplicidade do arame faz com que ele seja tão valioso, pois só com essa estrutura simples ele pode ser tão flexível, e tão competente tanto em situações críticas, quanto em situações mais simples. E assim como esse pedaço de ferro, o educador também pode falhar, mas isso não faz a sua flexibilidade menos importante: sua capacidade de adaptação e sustentabilidade, garantem uma probabilidade maior de ser bem sucedido na solução de um problema...

ODAIR

terça-feira, 24 de março de 2009

Instrumento de Trabalho: TINTAS!!!

Pessoal, aí vai meu pequeno-minusculo texto:

Escolhi a tinta como ferramenta de trabalho pois ela se relaciona com o branco de alguma coisa. O branco é aquele que contém todas as cores, todas as possibilidades. Mas, ao escolher uma cor, escolho um caminho que vou traçando, relações entre os tons: escolho a sobriedade, o calor, a simplicidade ou a nitidez da pintura. É também um exercício individual, um risco de externar algo que vira concreto e passará a pertencer ao mundo. Às vezes é algo que não gostamos de enxergar. Porém, além da metáfora, escolhi a tinta porque é um instrumento que instiga, que traz vida ao espaço por ser o material que vai se ligar diretamente com o exercício da criação.


Carolzinha.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Madalena, Madalena.

Madalena, Madalena.
parafraseando, Madalena Freire em encontro de 16/03/2009

Registro vida,
Privado e público, privado é o pessoal e público é de todos.
Toda pessoa humana tem o direito de ser autor, modelo democrático.
Tomar ciência, ser responsável pelo espaço em que atua, contracenar, intervir, comprometer-se com o espaço, ter a competência de influenciar e não somente ser influenciado.
Sendo assim, não se desconstrói o usuário e sim, cria-se o participante.

O registro faz o artista/educador, o registro é ferramenta essencial para o artista/ educador. Funciona como um fiel escudeiro, diário de bordo, de amigo a capacho, de cerca baixa a muro das lamentações. Seu funcionamento documental, histórico-fotográfico, ativador de memória e conhecimento, não pode ser descartado.
O registro deve ser feito para a educação do artista/educador e para o educador/artista educar.
Todo artista é por excelência um educador, forma opiniões, pois esta é a visão mítica da sociedade em relação ao artista e a funcionalidade da arte. Visão espectro e espectador, quem atua e quem contempla. Uma visão que exclui, que não educa transmitindo o conhecimento, registrando memória social e sim se esconde numa subjetividade umbigo-pessoal. Funcionam como se tudo ao seu redor estivesse em flores e não tivéssemos nada a fazer além de conceitualizar idéias e infortunios da vida pessoal em um populismo de gente acomodada.
Tenho mania de fundir a arte a vida e a vida/arte em sua prática, e na arte/ofício do registro não seria diferente. Sabe-se que o educando precisa ler registros em um incentivo a registrar/educar e o educador/artista precisa registrar, documentar para criar memória e com ela educar.
A arte é um ofício, um arte-ficio, o educando é um artista na função/arte de aprender.
Delega funções, técnicas assim como nós. Tenho como crença/verdade que nós artistas/educadores carregamos uma autoridade nas costas, um casco/morada.
Uma autoridade ligada ao poder, dissociada de autoritarismo, ditadura, e sim vista como autoria, presença, nos encararmos como autores, pessoas que podem(poder) e devem desprendidamente, ao natural atuar educando.
Para aprender precisa-se estar apto a tal função, para educar ocorre o mesmo processo, é preciso querer para si o compromisso de educar, se achar em tal função e sentir a leveza do fardo que é educar.
Se enxergando e assumindo tal função, fica fácil ver que as teorias não estão somente nos livros velhos cheios de conceitos e sim na prática diária da vida. A experimentação cotidiana abre portas para o novo, algo não experimentado, o qual exige muita coragem, afinco, dedicação e face aos tapas.
O registro vem para facilitar o complicado arte-fício que é educar/aprender, pois quem disse que aprender/educar é fácil, gostoso e não é cheio de duros esforços, exigindo diárias mudanças de hábitos que soam como quebra de mitos, rompimento com verdades/crenças e um esvaziamento da xícara mental, para que possa ser preenchida novamente com o chá de novos saberes/verdades.
Na prática, rompida com os mitos burocráticos que pairavam sobre a escrita, um registro, um relatório, documento, poesia ou anotação serve para nos situar em um contexto, referente ao ambiente/mundo-vida, estágio, situação, fato-conhecimento/memória e desburocratizar o pensamento.
Desburocratizando o pensamento/conhecimento, tendo ele corrente junto as águas do meu pensamento criativo e o decantando como gotas que caem sob o documento/registro levando-as em meu bolso a onde for, me sinto apto a andar livre e quebrar os grilhões que ainda restam.

“O bom artista/educador pode dizer: os inteligentes não me servem, venham a mim os burros”.

O educador pode sempre agir como um burro, dizendo:
“Tudo me diz respeito, tudo me impressiona , pois aprendo com tudo”.

“O inteligente já tem seus próprios registros como cérebros vivos, conhecimento”.

A nós, podemos sempre tirar proveito, não é bom dizer que já sabe, já viu, isso eu já sabia, pois tudo é uma revisitação, um texto nunca é o mesmo texto se lido duas vezes em distintas ocasiões, uma exposição nunca é a mesma, sempre irá se ver uma cara de espanto a cada coisa nova que se descobre/redescobre.
A moda é um exemplo, artes visuais é outro e como educadores, ativamos a janela da alma analisando a era da reprodutibilidade técnica. Vemos que tudo é circular e sempre estamos revisitando o passado para extrairmos o novo, fazendo da recriação o atual/revisitado, revisitado/atual.
A nós, o que vale realmente não é o que eu penso/sei-acredito ou o que você pensa/sabe acredita(teses) e sim o suco que podemos extrair ao espremer os pensamentos-idéias opostas. Educadores/educandos adoram suco de síntese, caem como uma luva na sede de conhecimento de quem quer realmente aprender.
Como é que nós fazemos uma síntese sobre o dia a dia, vida/aprendizado, educação, memória/conhecimento?
Escrevendo-se, se registrando.

Se você fosse sair com uma ferramenta, com que ferramenta você sairia?
Eu sairia com uma faca, faca de dois gumes, papel do educador, sempre enxergar de dois ou mais lados a mesma coisa. Faca como armamento/registro, documento/embasamento, poesia/vida, escritos/histórias-fatos, memória/conhecimentos.
Posso fazer uma alusão a faca/goiva, ferramenta do jogo de goivas usada para gravar os primeiros traços da matriz, demarcar/esboçar o desenho, no caso a troca de conhecimentos, arte/educação. Sinto estar com a faca dando as primeiras goivadas de um esboço-desenho/conhecimento. Estou esboçando um traçado para goivadas seguintes e mais profundas, para gravar uma nova matriz na arte educação, imprimir uma nova série de conhecimentos e ter um varal lotado de outras/novas opções, um cordel de inovações.

George Orwell

O sexto mandamento rezava: “Nenhum animal matará outro animal”.
Embora ninguém o mencionasse ao alcance dos ouvidos dos porcos ou dos cachorros, parecia-lhes que a matança ocorrida não se ajustava muito bem com isso. Quitéria pediu a Benjamim que lesse o Sexto Mandamento e Benjamim como sempre recusou a se envolver com tais assuntos, procurou Maricota. Esta leu para ela o Sexto Mandamento.
Dizia: “Nenhum animal matará outro animal, sem motivo”. De uma outra maneira, as duas últimas palavras haviam escapado à memória dos bichos. Mas estes viam agora que o sexto mandamento não fora violado.

Eis o poder da escrita, e o que acontece quando não a desburocratizamos, não temos o poder de atuar sobre ela, não a registramos, somos facilmente manipulados.
No mundo ocidental, a escrita materializa pensamentos, transforma uma banal idéia em documento. Então vamos ao canto da sala onde as cameras do grande irmão não nos filmam e vamos registrar, fazer jus a nossa existência e escrever a nosso modo, a história/conhecimento memória.

Com Angela, lemos um trecho do livro 1984 de George Orwell e debatemos a importância da escrita no mundo ocidental:
O poder imenso da escrita, não a nada mais importante que a escrita.
Mídia: telejornais, novelas e cinema, antes existe o roteiro, escrita.
Jornal: escrita, fatos escritos, leitura da informação.
Música: antes da melodia, existe a letra, versos escritos, escrita.
Livros são o ídioma, idioma é o país, livros são o país.

Tarefa de descanonização da escrita:

Uma paixão inesperada, escrita! (processo de quem se arrisca na escrita, primeiros passos)

Largou a mão de e saiu correndo.
Ficou petrificado!
A brisa matinal, abraçou.
Saudou fazendo um carinho desajeitado como o modo certo de agir, com a recepção.
Tremia como um idiota,
Respirou fundo e rumou na direção.
-Que surpresa.
-Tudo bem. - olhava em todas as direções, para ele.
Ela ficava assim sem jeito, tinha ímpetos de tomá-la nos braços e protegê-la contra dragões e gênios maus, como um ridículo príncipe encantado:
O porteiro.
Para levar flor à escola, professor.
Obrigado, vá flor.
Soltou a mão, embora relutante.
Virá me ver.
Ela soube o que dizer, veio em seu socorro:
- Falaremos sobre isso, flor, não deixe esperar,
Informou a criança.
Fez um beijo no rosto, abraçou é logo.
-Divirta-se, querida. vejo voçê,
Voltou-se para ele surpresa.
Salto a distância:
Até algumas semanas atrás, flor vivia uma vida sem objetivos. Não frequentava a escola com regularidade, não tinha amigas...Está recuperando o tempo perdido. Também quer trocar de nome por um mais bonito.
Sorriu, e foi como nos sonhos, um sorriso quente e divertido.
-Então, o que faz?
Não ouso pensar.

Uma paixão: cotidiano e só.
(quem não escreve, processo de quem só faz aquilo que lhe mandam e nada mais, vive com mau humor, pois não enxerga além do que lhe mandam fazer)

Acalme-se, você terá seu crachá.
Meu nome é, propósito específico.
O que sugere?
Acho que...
Ah, entendi, permaneceu calada, uma sonora gargalhada.
Muito bem, pense a respeito de seu novo nome:
Obrigada.
Que aulas terá hoje?
Omitiu, e vou dormir.
Ficou satisfeito, um pouco emocionado, era evidente, nunca tivera se divertir muito.
Dormindo na casa, daí, cheia de compromissos até o outono.
Divirta-se flor.
Sim?

E é lógico, acomodações da faculdade, sem querer nessa tarefa.
Veremos:
Era uma linda manhã de verão, e o sol iluminava com generosidade os prédios do campus e a capela medieval. Até mesmo as gargulas de pedra sobre os beirais pareciam menos sinistras e prontas para dançar.
Sentiu a alma em, mau humor.

Textos/poesias que me vieram ao acaso em um exercício angelical de descanonização da escrita, nada é por acaso, pois no nosso dia dia vemos esses dois tipos de pessoas/educadores. Não me vejo apontando, e sim sugerindo uma reflexão.
Esse é meu papel, instigar, este é o papel da minha escrita/poesia.

E assim, tombamos a escrita de todos os seus invisíveis pedestais.
Enquanto a arte...
Nós artistas temos também como meta, negar o velho e criar o novo. Então, sugiro um não ao debate, a comparações onde questionamos uns aos outros e fechamos a cara ao oposto. Desta forma não educamos e nem aprendemos. Sei que cada um vive muito bem com suas faculdades e não estão nem aí para o restante. Esvaziar a cuca faz parte do longo processo do educar. Um sim a ação, produção e realização.
Por sinal, quem já escreveu ou leu hoje, quem está pintando um quadro, quem produz e quem consome mais do que produz? Quantas embalagens você abriu hoje?
Você é um artista!

Por hora, minha arte brinca ao tentar engatinhar no chão da sala, eu como ser humano me ocupo de um simples ofício/arte, um arte-fício, arte educação da vida real e cotidiana. Pois aprendo com tudo e com a minha arte não seria diferente.



Bonus(para bom entendor uma poesia basta):

A prova do artista
"o olhar lírico"

Posso imprimir minha xilogravura diária das coisas,
Fazer várias impressões sobre minha xilovida,
(do 1 ao tanto, 100 de 1000, em série mesmo).
Minha vida, meu veio.
Eu em meus dias, a goiva,
Vivendo a goivadas.
Estou imprimindo um novo olhar sobre as coisas,
Captando a luz das coisas.
Dias em acontecimento, a matriz,
A poesia é a colher de pau que imprime o meu parecer sobre as vivências.
A cada cordel talhado,
A cada impresso psicogeografado,
A cada pensamento varal lotado,
Percebo não me influênciar com o ambiente
E sim influência-lo.
Jamais um espectador,
E sim um transformador,
Informador, por excelência, educador,
De olhos, abridor.
Pois, do cordel a Baudelaire,
O lírico sabe o que quer.







Brun0 Pastore!

domingo, 22 de março de 2009

Minha Ferramenta: Espelho

Espelho 01:

Para chorar, dirija a imaginação a você mesmo, e se isso lhe for impossível por ter adquirido o hábito de acreditar no mundo exterior, lembre do espelho que está guardado entre suas nádegas.

Instrução para resgate do espelho:

Com as pernas paralelas gire sua extensão final, um depois o outro, em sentido contrário, flexione as batatas, relaxe os joelhos, deixe a força gravitacional agir livremente sobre sua cabeça, vai descendo vértebra por vértebra até a cabeça ficar próximo aos pés. Pronto, é só procurar, com as duas mãos e...

Com o espelho, ainda sujo, fixe os olhos nele até o interior, primeiro dele depois seu
Próximo passo:
Só escolher.
A afirmação
A dúvida
A troca
As...
Os...
Etc...

Espelho 02:

Aqui do alto, no fino barbante
Não sei como
Cheguei até aqui, de lado
Até a metade só enxergava à frente – até que bom!
A frieira, o bicho de pé
Me fez parar, parar e...
Um leve deslocamento
Para a esquerda e direita
E...
Tudo conhecido ainda
Não basta, quero ver atrás
O espelho que havia dito, por sorte, já havia recuperado
Coloquei no ângulo em direção atrás
Há pessoas atrás
São pessoas, quem são?
Pelo espelho não os ouço
Uma inquietação, uma concentração, um sacrifício
A virada
Dias após ver tudo pelo espelho
É estranho!
Um silêncio angustiante perpassou-me
O silêncio não era do espelho
O silêncio é meu
O silêncio são as pessoas
O silêncio é a vida
O silêncio... O silên... O sil... O si... Os... O...
O Silêncio
Forma viva de dizer: “NÓS EXISTIMOS”

JUDSON

terça-feira, 17 de março de 2009

Limite Ilimitado

No dia 19/01/2009, sai de casa umas 6:40 e peguei o ônibus bem do lado de casa, e no caminho, num sei porque, reparei que havia muitos stickers e desenhos nas paredes do percurso que nunca havia reparado com tanta atenção como nesta segunda, me lembro que cheguei por volta das 8:30 na frente do prédio Tomie oh take e havia um morador de rua atravessando a rua bem no semáforo ao lado, com um nariz de palhaço em seu rosto e um pedaço de papelão pendurado no pescoço escrito “não sou palhaço”, e ele nem estava bêbado, pelo menos não parecia, acho foi uma forma de manifestação dele talvez, num sei ao certo, e em seguida entrei no prédio e vi que provavelmente a aula seria relacionada com desenhos, pois a Mariana e o Mauricio já estavam aprontando quatro mesas com materiais diferentes em cada uma delas, porém havia tintas coloridas em todas as mesas, isso para mim já chamou atenção, pois notei que iríamos pintar e já vim observando coisas relacionadas a pintura desde os meus primeiros olhares ao mundo neste dia, e na verdade nunca fui muito bom nesta parte de desenhos, e então no desenrolar da aula foi passado que haveriam quatro mesas separadas para desenvolver quatro técnicas diferentes de gravuras, busquei o significado técnico de cada uma, que são:

- Isogravura: Gravura em isopor. Solução decorrente da xilogravura, na qual uma placa de isopor é gravada e entintada para que se consiga a reprodução da imagem. Pode ser usada para impressão em papel ou tecido.

- Estêncil: (do inglês stencil) é um desenho ou ilustração que representa um número, letra, símbolo tipográfico ou qualquer outra forma ou imagem figurativa ou abstrata, que possa ser delineada por corte ou perfuração em papel, papelão, metal ou outros materiais. O estêncil obtido é usado para imprimir imagens sobre inúmeras superfícies, do cimento ao tecido de uma roupa.

- Monotipia: é um tipo de impressão na qual uma folha é colocada sobre uma superfície (cobre, acrílico ou vidro) com uma fina camada de tinta. O artista desenha no verso dessa folha e o desenho aparece ao contrário na frente. O nome da técnica deve-se ao fato dos desenhos serem quase únicos, devendo-se reforçar a tinta e o desenho para que sejam feitas outras cópias.

- Carimbo (do quimbundo "kirimbu", significando marca): é o nome pelo qual, no português, se denomina o instrumento com o qual se marca papéis a tinta.

No decorrer da aula notei que essa coisa de falar que “não, isso não é pra mim” ou “num sei fazer isso, é muito difícil” ou “num vai mudar nada eu fazer isso” e todas estas afirmações que fazemos as vezes sem nem ao menos tentar realizar a ação, são definidas como “PREGUIÇA DE PRATICAR O SEU TALENTO”.

- “Adorei a mesinha” do estêncil, pois já faço isso como um meio de divulgação da banda em que toco atualmente. Mas mesmo assim, acho que deveria ter utilizado outras técnicas e ter explorado mais o lado desinteressado da minha consciência querendo fazer só o que estou acostumado a fazer, mas felizmente temos 30 monitores nesta sala e notei que até pessoas que achavam que num poderiam fazer um desenho legal ou que apenas achavam que não sabia desenhar, chegou com uma obra de arte fudida. Eu paro, penso e concluo!

Pra que ter tantas coisas nesta sala se simplesmente estamos confusos e curiosos, tentando descobrir o que estão querendo de nós aqui dentro, o que irá nos ser oferecido, esquece tudo isso, utilize, sugue informações, cada vez mais, ponha o cérebro pra funcionar em voltagem máxima e não tenha dó, faça críticas, exponha suas idéias, expressões, timidez, medo, vergonha, dor, ódio, queima tudo isso em público, e use tudo que nos esta sendo oferecido. Enfim todos aqui sabem muito bem o que estão fazendo aqui, deve-se apenas encarar a verdade e aproveitar, porque daqui pro mundo real, sujo e duro é rapidinho pra se afogar no coco novamente...digamos que não é uma bonanza mais sim uma satisfação consigo mesmo!!!

A partir daqui é o segundo dia que dou continuidade ao relatório que estou prezando para expor o máximo do que vivo, aprendo e faço.

Na sexta feira dia 23/01 firmei algumas idéias com um documentário chamado “O Segredo” que foi exibido no CICAS que fala sobre o real poder dos pensamentos que temos, e que tudo que acontece nas nossas vidas são frutos de nossos pensamentos mais fortes, pois então, porque realmente estamos aqui?

De alguma forma, um dia pensamos que seria importante isso para nossas vidas, não que eu esteja completamente modificado pelo documentário ou que estou tentando modificar alguém, mais simplesmente porque faz muito sentido o que foi passado, e acho mais, é impossível ser só isso, existe muito mais coisas que nem fazemos idéia, mais que vamos desvendando com o decorrer da vida que construímos.

No entanto, o que não utilizei das aulas com certeza meus companheiros ao redor utilizaram e muito, assim me mostrando não só seus belos trabalhos como me mostrando que deveria ter aproveitado mais, enfim não estou nem um pouco arrependido, e me sinto na necessidade de consumir mais disso tudo, e não aplicar somente na minha vida e sim no mundo, pois estou todos os dias vivenciando novas experiências em novos lugares com novas pessoas, e meu dever comigo mesmo é compartilhar essas experiências para que possamos colocar novas questões a todo tempo em cima do que vivenciamos de forma que aos poucos vamos enriquecendo nosso conhecimento e poder de análise da própria mente.

Uma vez pensei no ônibus qual frase eu poderia construir utilizando as palavras que terminassem em ENTE e saiu isso: (não tem muito a ver mais faz sentido)

“Gente doente, que enche de gente demente com mentes vazias”.

É isso, o que você foca na sua mente esta por vir, prepare-se. Faça o seu melhor, não tente provar nada pra ninguém, simplesmente se satisfaça!

Enfim, tivemos nosso momento do almoço para coversar o que quiséssemos e entrei em um papo com a Ziza sobre a Maiza, atriz da globo que faz sei lá o que, e que não me interessa muito, mais debatemos que poderíamos estar conversando de coisas mais produtivas ao invés de um simples ser humano como nós que está fazendo sei lá o que, e não esta nem um pouco preocupada com ninguém que está assistindo ela, pois a grana dela já esta no bolso, e nada mais importa, cheguei em um pensamento de uma pessoa que não tem um prato de comida pra jantar esta noite, mais tem a TV pra assistir a novela, assim, não paramos para pensar em nós mesmos e sim em uma pessoa que por mais que seja interessante para uns para outros nunca terá a mínima importância, mais qual a diferença?

Sou eu? É você? É o mundo? O que eu vim fazer nesse lugar?

Quando retornamos para a formação, a Ângela pediu para alguém ler um trecho de um livro que ela havia selecionado para a aula, não me lembro nem o nome do livro e nem do autor, vou deixar um espaço para que possamos preencher depois da aula ________(quem se lembrar e puder editar)________, então como já tinha me prontificado a fazer o relatório, tomei as frentes e fui ler o livro, que comentava sobre o poder da inocência de questionar qualquer coisa que lhe traga dúvida, e que haviam professores mais burros do que qualquer ser vivo irracional, e que crianças ainda questionavam fatos surpreendentes que realmente é muito difícil achar as respostas, e que com esses questionamentos chegamos a um tipo de evolução da inteligência, mais pra que ser inteligente? Pra que escrever este texto? Existe motivos pra eu estar lendo isso agora? Bem, resumindo, sempre que tivermos uma resposta, uma nova pergunta virá, mais porque?

Talvez porque não podemos esquecer de Fernando Villela? Com seu resumo da história da arte (Européia) que ao meu entendimento, a igreja foi o início de tudo com sua idéia de superioridade, aprisionando a arte por anos em telas e vitrais das quais pregavam as crenças que alguém escreveu, e simplesmente por isso temos que acreditar em algo ou alguém que nunca vimos?

Sim, sim, porque não pintamos as imagens das crenças e quem sabe adquirimos uma legião de seguidores? O estudo das pinturas que foram expostas foi muito bom, observar os detalhes, as pinceladas, a descrição, a sutileza, o cuidado e o obscuro!

É bom lembrar, que a igreja que inspirava as pinturas, e depois, a primeira saída deste poderio veio com o Renascimento da arte junto a burguesia, em auto retratos de damas e reis, e então as telas do século XV com o sarcasmo enigmático de Mona Lisa, o segredo de como representar o que você está transpondo em tela com a chegada do barroco em transição com a arte moderna, que não iludia mais e passava uma nova leitura de tudo que foi passado enquanto já chegava o cubismo para destruir o espaço óptico trazendo solidez para o espaço, chega a ser alucinante pra mim, pois é sim uma mudança atrás da outra e que faz muita diferença e é cada vez mais belo. Citados artistas respeitados e admirados pela humanidade como, Picasso, Da Vinci, Caravaggio entre outros, gostaria de completar com Jeroen van Aeken ou Hieronymus Bosch, neerlandês (1450-1516) que muitos dos seus trabalhos retratam cenas de pecado e tentação, recorrendo à utilização de figuras simbólicas complexas, originais, imaginativas e caricaturais, muitas das quais eram obscuras mesmo no seu tempo. Acho que deveria ter sido citados mais alguns do contemporâneo, afinal estamos vivendo esta época da arte, e ficou faltando, o passado é belo e rico em arte, mais temos muitas obras e artistas consagrados hoje que nem tem o nome lá em cima, como sempre foi também com todas as épocas, porém não pude evitar e trouxe algumas imagens que gostaria de exibir depois deste texto que não conta a história da arte mais sim o fim dela! O ilustrador nova-iorquino Wayne Douglas Barlowe concebeu o seu livro de 1990 «Expedition - Being an Account in Words and Artwork on the 2358 A.D. Voyage to Darwin IV» como se de facto o tivesse publicado cinco anos depois da expedição a um planeta alienígena, em 2366. É um dos artistas contemporâneos mais respeitados pela minha pessoa, para saber mais de Barlowe visite (http://bitaites.org/tag/wayne-douglas-barlowe) e algumas artes de Wellinton da Silva (Heavy) que esta com seus quadros em tela e madeira, feitos com tinta de tecido, em exposição no CCJ desde novembro, que é um artista independente e amigo de uma meia dúzia que esta nessa sala, para saber mais visite (http://www.fotolog.com/heavyarte)

Enfim, cada um tem sua visão de arte e talvez eu esteja completamente enganado sobre o que estou falando, mais eu não me importo tanto, se eu não acreditar, quem vai acreditar?!?!

Foi tudo muito útil e renovador.

Então - O que é Arte?


Ouçam também : Zumbi do Mato

http://zumbidomato.com/

...

Lucas Barbosa Villar

domingo, 15 de março de 2009

Segunda-feira, calor, sono, trânsito, plano B, e a visita de Jaime Prades na parte da manhã.
Muito me agradou sua visita, sua aproximação ao cumprimentar um por um, e, seu compromisso em “devolver para o espaço sempre”.
No decorrer de sua apresentação surgiram perguntas, que eu própria as fiz também. Não me recordo de ter obtido resposta quando o indaguei sobre quem intitulou seu trabalho de graffiti, pois, em sua época acredito eu ainda não ter esse tipo de denominação, posso estar errada, mas enfim...
Demonstrou em seu discurso que a revolução vem de dentro,que podemos mudar o campo em que vivemos, que o amor é importante,sobretudo,que o dinheiro aliás, o consumo é a forma do sistema impor que você é feliz.
Vários pontos a se questionar:
- O que te leva a ser passivo,e porque será que leva? (Jaime apontou a tv como causa principal,dá até pra fazer uma ligação com as tiras que recebemos na 2° feira anterior).
- Por que essa “geração mangá” a cada dia se torna cada vez mais “bonitinha” e menos contestadora,será que ela está perdendo seu caráter de protesto de fato,ou será que vender seu trampo é mais importante? (Já que vivemos em um país assumidamente capitalista).
- Se importar com o espaço público vale de quê, a partir do momento que as instituições não se preocupam com você? Partindo dessa visão de quem é rico governa pra rico e quem é pobre fica onde?
- O poder impera majoritariamente em cima de quem está do lado mais fraco da corda, o que podemos fazer? Pintar pra vender,ou vender pra pintar?
Existem muitos pontos a se discutir mesmo porque não consigo manter minha imparcialidade e falar de uma coisa só,então faremos da seguinte forma,calo a minha boca antes que a calem,ou talvez seja melhor falar para me vampirizarem e depois jogar no lixo como papel usado sem direito a reciclagem?
Faço a minha no lugar onde sei que é meu,pois essa de que todos os espaços são de todas as pessoas é pura balela... Pelo menos pra mim,periférica,negra e possuidora somente do ensino superior incompleto,que pega trânsito,que almoça onde é mais barato e num tem paitrocínio pra bancar o sonho de ser artista,ou pelo menos chegar lá.

Parte da tarde tivemos a visita do professor de história Jair para auxiliar na confecção do nosso trabalho de conclusão de curso á moda Paulo Freire,no meu grupo as coisas estão começando a florir,tenho que agradecer as forças do além!

Por enquanto é só.

Mônica Ramos

sábado, 14 de março de 2009

Encontro com Cláudio Feijó, dia 09 de fevereiro.

Como um exercício, o Cláudio nos apresentou uma folha branca no chão, e nos perguntou o que víamos. Nossa primeira reação foi pensar em um retângulo, que estava guardado pelo costume em nós como uma idéia de folha branca. Ver simplesmente com os olhos é uma experiência muito difícil, experimentar a realidade é uma tarefa cada vez mais distante. A partir do encontro que tivemos, uma série de questões começaram a me surgir, principalmente por que encontrei uma imensa dificuldade em pensar numa idéia de desconstrução sem antes voltar na própria maneira como foi construído esse olhar. Sei que damos uma atenção preponderante à visão nas nossas vidas, e desconfio que, muito mais do que simples imagens, o que nos é apresentado traz consigo um discurso. As imagens carregam palavras, elas podem ser lidas silenciosamente e somos entuxados de discursos e discursos o dia todo. É assim que nosso olhar construído cai sobre as coisas: através dos ouvidos! Me lembro de ter visto no filme “Janela da Alma” alguém dizer como nossa sociedade é carente de visão: somos cegos em uma realidade superlotada de estímulos visuais. Uma desconstrução do olhar, na minha opinião, passa por essa crítica da nossa própria cegueira e do mundo que a sustenta.
Dando uma volta pelo meu bairro, ou apenas ligando a TV, me deparo com uma forma muito explícita de organizar as imagens que sei que também organiza a minha subjetividade. Penso que a realidade como é imediatamente vivida por cada um de nós não corresponde à realidade como ela é construída objetivamente para aparentar. Persiste algo de essencial e digamos, caótico na vida, que precisa ser organizado e mais ainda, de uma maneira em que nosso papel é apenas nos sentarmos nas cadeiras da platéia. Esses modelos que o Cláudio Feijó citou são a sustentação de uma casa ainda maior de um processo de distanciamento do nosso próprio “biopoder”, e desconfio que, se voltarmos um pouco no debate com o Peter dá para buscar uns indícios ainda maiores. No espaço mais onírico e escondido, dentro da nossa “sombra” mais desconhecida existe um motor para o funcionamento de um sistema de vida que nos aliena de nossa própria vida secreta. É por isso que devemos buscar profundamente aquele olhar ainda escondido de nós mesmos, o espaço do não-saber, citado no encontro. Modelos ou não-modelos à parte, vou retomar um texto que escrevi há algum tempo atrás em que buscava a desconstrução do olhar para praticar o desenho vivo.

“Desenhar é uma coisa fácil, porque no reino da luz as cores têm vida própria. Se você joga o amarelo no azul vira verde, é uma lei da natureza. Mas cuidado, nunca se sabe: às vezes as cores tomam caminhos tão inesperados que pulam pra cima da gente como pipoca, levam nossos pensamentos para rios que escorrem em pontos desabitados da gente. Iluminam a nossa solidão... ou nossa euforia. Transportam nossos corpos em barcos no meio do nada, onde jorram correntes de ar e cegas navalhas. É um mundo paralelo onde tudo oque existe não tem nome: são amontoados de manchas coloridas em movimento, se derramando em palafitas e tomando os cantinhos, escurinhos.
É por isso que desenhar é uma coisa fácil, quando a gente desaprende por um momento de ver o mundo como casa, carro, poste, mulher, peixe.
No mundo da luz existe uma existência diferente. A gente tira os sapatos e mergulha. E o lápis sai rabiscando sozinho, e finca bem lá no pontinho ardido que sente”.

Carolzinha.

domingo, 8 de março de 2009

Cultura é alimento!!

momento formação...
tomando ou comendo assim adquirimos conhecimento, boa digestão para todos!!!








TOMie!!!

sexta-feira, 6 de março de 2009

Registro 16/02/09 - Judson

Acordem/am

Na maioria dos encontros aqui no instituto, estamos sempre em uma discussão sobre o que é, e o que não é arte.

Espera, espera, espera...

Para tudo.

A arte não nasce sozinha.

As definições atribuídas à arte sempre aparecem que ela é caracterizada como uma criação e/ou capacidade humana*, ela precisa de uma (s) pessoa para realizá-la. O ponto que acredito que devemos repensar e discutir na nossa era contemporânea está um pouco antes do produto artístico, devemos voltar nossas atenções ao produtorcriadorhumanofazedor da arte.

Não consigo, e não entendo como pessoas admiram a arte de alguém arroganteprepotentehumanoegoístamal educadohipócritahumanoavarentodissimulado...

Vocês devem estar perguntando: mas como conhecer todos os artistas para só a partir daí admirá-lo?

É claro que você não precisa conhecê-lo, mas há quem conheça; e quem o conhece (tendo ele algum ou alguns dos adjetivos acima) o valoriza, fodeu.

Três artistas:

*Laerte

Foi convidado para falar sobre quadrinhos conosco, ele poderia dizer o quanto ele é foda nos quadrinhos etc e tal. Mas não, o cara foi o Laerte simplesmente, comentou da dificuldade de comprar um monza, das suas fases, das dificuldades de escrever tiras diárias, como é escrever para jornais, como é difícil adaptar do quadrinho para a televisão etc... falou o que era para falar e ponto, e muito bem.

E é super engraçado como o mundo comunica conosco o tempo todo. Uma semana depois do encontro fui assistir uma peça dele, muito boa por sinal; no teatro, olhei pro lado tinha uma obra da Tomie Ohtake. A peça: a noite dos palhaços mudos. O teatro: Simón Bolívar. Comentei isso só para prestarmos atenção na comunicação que o mundo faz conosco.

*Benjamin Taubkin

O cara é demais. Já tocou com gente de todo o mundo, tem uma vasta experiência em música e não conheço burguês mais gente boa. Sinceramente fiquei encantado com ele, com a forma que ele encara a música o jeito que trata as pessoas etc...

Uma das coisas mais bonita que ele falou foi quando o Luis perguntou por que bons artistas nacionais não tocam no SESC ou não fazem sucesso? (acho que foi isso; me corrija se estiver errado Luis)

Ele disse que não é o SESC ou o sucesso que determina se o artista é bom ou não. Tudo é escolha, se o artista quiser vender, vender e vender e a mídia colocá-lo como bom ele tem que abandonar vários princípios e se moldar de acordo às mídias, por outro lado, se o artista escolher viver feliz, fazendo o que gosta sem abandonar seus valores, é possível sim, basta não se vender pro SESC ou qualquer outro instrumento da industria cultural. Lembrando que tem que gostar de fato do que se está fazendo, não simplesmente achar que gosta.

Citei isso apenas para mostrar que o cara é humano e faz o que gosta do jeito que gosta.

Caso alguém queira saber mais, eis dois sites que tem entrevistas com ele e dá para ter uma idéia de quem ele é, e é de verdade: http://www.overmundo.com.br/overblog/a-diversidade-de-frutas-benjamin-taubkin, http://www.ejazz.com.br/entrevista/benjamin.asp.

*Jaime

Não fiquei incumbido de fazer o registro do encontro com o Jaime, mas não posso deixar de citá-lo, achei o Jaime, assim como o Taubkin, um cara gente boa demais, fiquei encantado.

E quando ele falou que podemos e precisamos fazer algo no CCJ, alguns falaram que já fazemos (eu sinceramente não sei o que), outros falaram que não fazemos por não termos espaço. Pergunto eu. Lá vem com essas perguntinhas: qual espaço precisamos para cuidarmos do lixo, qual espaço precisamos para respeitarmos uns aos outros, qual o espaço precisamos para darmos a atenção devida às pessoas, qual espaço precisamos para não usarmos copos descartáveis?

E reforço, precisamos fazer algo não apenas no CCJ mas em todos os lugares por onde passamos!

Outra comunicação do mundo: no sábado o Bruno e eu conhecemos uma garota que é filha de um dos caras citados pelo Jaime no texto que lemos na segunda.

Laertes, Jaimes, Benjamins são exemplos de verdadeiros artistas.

Judson

quinta-feira, 5 de março de 2009

Registro 09/02/09 - Judson

Quis fazer o registro desse encontro por dois motivos:
Primeiro porque já havia trabalhado com o texto do Benjamin, e gosto.
Segundo porque quando cheguei no encontro e soube que o Pitter ficaria conosco naquela manhã, fiquei com mais vontade, pois já o conhecia.
Uma das coisas que mais me intrigou foi a relação que ele fez com as obras, de arte ou não. Segundo ele a coisa é criada para o mundo e quem a fez já não é mais dona de tal objeto, obra ou idéia.
Só que, a relação que fazemos quando vampirizamos ou somos vampirizados, é justamente o contrário do que o Pitter falou.
As pessoas agarram a uma idéia com tanta voracidade que quando alguém agrega, seja para modificá-la ou ampliá-la não é visto como uma prolongação da obra, mas sim como um ato invejoso de algum plagiário maldito. Há uma resistência em se desvincular de uma idéia sua e a torná-la do mundo.
Não falei sobre os poderes. Pois acredito que todos sabemos da existência deles e usamos sempre que podemos, precisamos e principalmente para tirarmos algumas vantagens.

Pós-Pitter
Assim que o mocinho foi embora ficamos em uma discussão sobre comportamentos:
Em verdade em verdade vos digo:
Toda essa discussão é balela!

A Carol falou das presenças de hierarquias;
Agora me respondam: como é possível acabar com a hierarquia se sempre que fazemos algo, raramente é pelo fato de aquilo precisar ser feito, mas sim porque se não fizermos alguém irá reclamar ou descontar de nosso salário?
Como acabar com a hierarquia se precisamos trabalhar direito e melhor porque a Luciana está voltando, e não pelo simples fato de fazermos nosso trampo direito?

O Roger falou sobre igualdade;
Como haver igualdade em um lugar onde as pessoas a todo o momento subestima o próximo, usam e abusam do seu poder e tratam os outros de formas variadas?
E quando alguém que não detem o poder pede algo a outro, esse não o faz. “Quem é você para ‘mandar’ em mim, até parece que ganha mais que eu”.
Há algum tempo falamos de uma provável subestimação por parte do Instituto Tomie Ohtake (acho que não há mais). Mas como falarmos de subestimação sem antes prestarmos atenção ao tratamento que damos aos Zaqueus e Felipes da vida?

Como nos livrarmos dos clichês se “ogerizamos” tudo o que está fora dele?

O diferente o estranho nos causa repulsa.

Parece-me que sempre vamos escolher Leviatãs e Jesuses Cristos.


“Para ser grande, sê inteiro
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és no mínimo que fazes”.

JUDSON