Acordem/am
Na maioria dos encontros aqui no instituto, estamos sempre em uma discussão sobre o que é, e o que não é arte.
Espera, espera, espera...
Para tudo.
A arte não nasce sozinha.
As definições atribuídas à arte sempre aparecem que ela é caracterizada como uma criação e/ou capacidade humana*, ela precisa de uma (s) pessoa para realizá-la. O ponto que acredito que devemos repensar e discutir na nossa era contemporânea está um pouco antes do produto artístico, devemos voltar nossas atenções ao produtorcriadorhumanofazedor da arte.
Não consigo, e não entendo como pessoas admiram a arte de alguém arroganteprepotentehumanoegoístamal educadohipócritahumanoavarentodissimulado...
Vocês devem estar perguntando: mas como conhecer todos os artistas para só a partir daí admirá-lo?
É claro que você não precisa conhecê-lo, mas há quem conheça; e quem o conhece (tendo ele algum ou alguns dos adjetivos acima) o valoriza, fodeu.
Três artistas:
*Laerte
Foi convidado para falar sobre quadrinhos conosco, ele poderia dizer o quanto ele é foda nos quadrinhos etc e tal. Mas não, o cara foi o Laerte simplesmente, comentou da dificuldade de comprar um monza, das suas fases, das dificuldades de escrever tiras diárias, como é escrever para jornais, como é difícil adaptar do quadrinho para a televisão etc... falou o que era para falar e ponto, e muito bem.
E é super engraçado como o mundo comunica conosco o tempo todo. Uma semana depois do encontro fui assistir uma peça dele, muito boa por sinal; no teatro, olhei pro lado tinha uma obra da Tomie Ohtake. A peça: a noite dos palhaços mudos. O teatro: Simón Bolívar. Comentei isso só para prestarmos atenção na comunicação que o mundo faz conosco.
*Benjamin Taubkin
O cara é demais. Já tocou com gente de todo o mundo, tem uma vasta experiência em música e não conheço burguês mais gente boa. Sinceramente fiquei encantado com ele, com a forma que ele encara a música o jeito que trata as pessoas etc...
Uma das coisas mais bonita que ele falou foi quando o Luis perguntou por que bons artistas nacionais não tocam no SESC ou não fazem sucesso? (acho que foi isso; me corrija se estiver errado Luis)
Ele disse que não é o SESC ou o sucesso que determina se o artista é bom ou não. Tudo é escolha, se o artista quiser vender, vender e vender e a mídia colocá-lo como bom ele tem que abandonar vários princípios e se moldar de acordo às mídias, por outro lado, se o artista escolher viver feliz, fazendo o que gosta sem abandonar seus valores, é possível sim, basta não se vender pro SESC ou qualquer outro instrumento da industria cultural. Lembrando que tem que gostar de fato do que se está fazendo, não simplesmente achar que gosta.
Citei isso apenas para mostrar que o cara é humano e faz o que gosta do jeito que gosta.
Caso alguém queira saber mais, eis dois sites que tem entrevistas com ele e dá para ter uma idéia de quem ele é, e é de verdade: http://www.overmundo.com.br/overblog/a-diversidade-de-frutas-benjamin-taubkin, http://www.ejazz.com.br/entrevista/benjamin.asp.
*Jaime
Não fiquei incumbido de fazer o registro do encontro com o Jaime, mas não posso deixar de citá-lo, achei o Jaime, assim como o Taubkin, um cara gente boa demais, fiquei encantado.
E quando ele falou que podemos e precisamos fazer algo no CCJ, alguns falaram que já fazemos (eu sinceramente não sei o que), outros falaram que não fazemos por não termos espaço. Pergunto eu. Lá vem com essas perguntinhas: qual espaço precisamos para cuidarmos do lixo, qual espaço precisamos para respeitarmos uns aos outros, qual o espaço precisamos para darmos a atenção devida às pessoas, qual espaço precisamos para não usarmos copos descartáveis?
E reforço, precisamos fazer algo não apenas no CCJ mas em todos os lugares por onde passamos!
Outra comunicação do mundo: no sábado o Bruno e eu conhecemos uma garota que é filha de um dos caras citados pelo Jaime no texto que lemos na segunda.
Laertes, Jaimes, Benjamins são exemplos de verdadeiros artistas.
Um comentário:
CADÊ O REGISTRO DA PAULA????
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