domingo, 3 de outubro de 2010

Reflexões sobre o encontro do dia 20/09/2010

Lição de Waly


“A memória é uma ilha de edição”, nos disse Waly Salomão. Inicio o texto com a frase deste poeta para ressaltar uma limitação dos seres humanos, um tanto óbvia. Mas às vezes é necessário falarmos do óbvio, pois, geralmente achamos que conhecemos ou entendemos algo quando na realidade estamos enganados ou equivocados, justamente porque quando achamos alguma coisa óbvia não nos empenhamos muito em pensar sobre ela e acabamos reproduzindo-a de acordo com a forma que a recebemos, deixamos prevalecer uma primeira impressão e nos abstemos do exercício da reflexão.

O ser humano, entre outras coisas, é um ser limitado. Torna-se ainda mais limitado quando passa a achar tudo muito óbvio.

Mas este texto não discutirá o conceito de “óbvio”, embora fale de muitas coisas óbvias. “A memória é uma ilha de edição”, deste modo consideramos o presente texto uma breve reflexão sobre algumas impressões gerais e uma seleção de momentos do último encontro que tivemos.


Arte no espaço


Na parte da manhã conversamos com Thiago Santinho, que trabalha no paço das artes, e Lívia, ex-funcionária do CCSP, ambos integraram um coletivo de ação cultural chamado “O Hospede”, o qual, pelo que entendi, em suas intervenções, tematizava instituições dedicadas à arte. Falaram um pouco sobre algumas de suas intervenções em alguns espaços culturais, assim como, também mostraram exemplos de intervenções artísticas em outros lugares do mundo, problematizando instituições culturais e o papel desempenhado por estas na sociedade onde estão situadas.

Não há imparcialidade ou neutralidade no que vem do ser humano, toda ação carrega consigo seu sujeito (autor). Toda autoria implica o ato de pensar e todo pensar é um produto da relação do sujeito com o mundo, que é também, entre os humanos, fator essencial para que tal relação exista. Pensar é uma forma de se relacionar com o mundo. Partindo do real o pensamento retorna a ele como ação. Pensar é um ato, é uma ação. Todo produto da ação humana carrega consigo a concepção de mundo de seu autor, logo, toda ação é um “colocar-se” no mundo, é um posicionamento.

Não existe imparcialidade no humano. A arte como manifestação do espírito, como produto da relação homem/mundo, não é isenta da concepção do autor. Por mais abstrata e subjetiva que se pretenda uma obra haverá parcialidade nela, pois existe um autor e não há autoria imparcial. A autoria sendo uma ação é uma escolha, e toda escolha é um posicionamento.

Toda obra materializada causará reações em seus leitores, reações que nem sempre será o que esperava seu autor. Cabe a ele ter consciência de que ao postar a obra sua intenção inicial é menos importante do que a multiplicidade de interpretações que seu produto gerará. A arte pode educar, porém, não necessariamente precisa ser didática, embora a didática seja uma arte.

A arte, mesmo não produzida para ser funcional, acaba por desempenhar alguma função social, a qual não necessariamente dependerá da intenção do autor. Mas há também a arte produzida intencionalmente para uma função, a qual do mesmo modo nem sempre se realizará como pretendeu seu criador.

Os autores tomados como exemplo em nossa conversa na parte da manhã se utilizaram de determinado espaço para contestá-lo, suas obras assumiram um papel de antídoto, na mesma lógica em que o antídoto de um veneno tem como matéria prima o próprio veneno. Mas estamos longe de dizer que tais obras trouxeram uma espécie de cura, ver desse modo seria um tanto ingênuo, porém, de fato essas formas de intervenção viabilizaram a problematização do espaço no qual a obra esta inserida. Deste modo às contradições da arte e do espaço artístico se evidenciam através da arte no espaço artístico.


Dialogando com Freire


Na segunda parte do encontro iniciamos com leitura de um trecho de Pedagogia da Autonomia, de Paulo Freire, no qual o autor reflete sobre a fala, a escuta e o silêncio, fatores essenciais para a comunicação dialógica. Para Paulo Freire a educação é pratica de liberdade, é movimento, transformação, é a busca do “ser mais”, que acontece através da comunhão entre homens.

Para o autor “ninguém educa ninguém e, ninguém se educa sozinho, os seres se educam em comunhão”, onde o educador se educa e o educando também educa. O diálogo é um fundamento para a educação como prática de libertação. Se educar-se é libertar-se, não há educação nem liberdade se não houver diálogo.

Estamos falando de um pensador que vê a educação além do espaço escolar, como algo inerente às relações humanas no dia-dia, nas relações sociais, a educação como política e efetivação de cidadania. O tempo inteiro estamos nos educando, sendo educadores e educandos, estamos recebendo e devolvendo ao mundo, dialogando com algo a todo momento. Em parte nossas vidas são constituídas de desdobramentos de “como” e “com o que” dialogamos. Deste modo à educação e o diálogo estão no viver, na experiência. Tomar lições de experiências cotidianas é educar-se.

O texto de Freire gerou uma longa conversa a respeito de nosso cotidiano no trabalho. Partimos de uma discussão sobre a fala, o silêncio e a escuta e chegamos a temas como relações pessoais e relações profissionais. Foi uma longa conversa, e não vejo a necessidade de expor aqui detalhadamente como tomou tal rumo. Creio que seja pelo fato de em alguns momentos em nosso ambiente de trabalho, não nos escutamos, e não dizemos o que temos a dizer, ou quando escutamos e dizemos envolvemos o campo pessoal.

Confundir o pessoal com o profissional – e há várias maneiras de se fazer isso – cria obstáculos diversos para o funcionamento da instituição.

Não quero dizer que devemos evitar amizades no ambiente de trabalho, não penso assim, ao contrário, é sempre bom fazer amigos, seja na escola, no trabalho, na rua, no bar, etc.

Vejo amizade (pelo menos a verdadeira, aliás, se não for verdadeira, podemos dar outro nome) como uma relação desinteressada, e é isso que a torna interessante. O essencial da amizade está nas afinidades e afinações entre os seres. Embora também seja uma escolha a amizade nasce de forma essencialmente espontânea. Pessoas não se tornam amigas necessariamente porque estão fisicamente próximas, e nem sempre deixam de ser quando estão fisicamente distantes.

Deste modo, trabalhar com uma pessoa não a tornará, por via de regra, sua amiga. Duas pessoas que não tem a mínima afinidade pessoal, por ironia do destino podem trabalhar juntas. Essas pessoas não podem, nem devem, forçar uma amizade por conta de tal situação, mas cabe à elas buscarem no mínimo uma relação de respeito mútuo durante o tempo em que trabalharão juntas. Não falo aqui de consenso, pois isso nem sempre haverá e nem sempre deve haver. O “bom senso” sim, é imprescindível em qualquer relação. Por mais vago que isso seja, achei que deveria mencionar, pois falar em “bom senso” nos remete à um outro ponto pelo qual passamos brevemente (e talvez até acidentalmente) na segunda parte do último encontro. A hierarquia.

Não me posicionarei aqui contra a organização hierárquica em um loca de trabalho como o nosso, mas como seres pensantes cabe a nós refletirmos criticamente nossa existência, nosso modo de vida, nossas relações sociais, profissionais e a forma sistematizadora de tais relações. Particularmente não tenho a mínima simpatia por qualquer relação ou organização que deturpe a idéia de autoridade agindo de forma autoritária.

Paulo Freire em sua obra também discute a distinção entre a autoridade e autoritarismo. Embora morfologicamente parecidas, tais palavras são semanticamente distintas. Autoridade é relativo à autoria, à responsabilidade pelos atos, todo ser pensante, agente e criador é autor, logo tem autoridade.A autoridade deve ser entendida enquanto elemento construtor, o qual não prescinde do diálogo e da participação de outras pessoas. Tal autoridade dispensa qualquer abuso ou meio de violência, seja física, emocional, psicológica, moral, etc.

Já o autoritarismo funda-se na mesquinhez, na violência e suas variadas formas de expressão, é anti-dialógico e se consolida na imposição de uma suposta autoridade sobre as demais. Nega a participação em grupo e se impõe de forma abusiva e incoerente. Nega qualquer forma de comunhão ou diálogo, nega a autoridade do outro, se baseia na alienação, no “não pensar”, reduz as relações humanas em mandar / obedecer, dar ordens / receber ordens. Assim o autoritarismo na esfera política-governamental nega a cidadania, no âmbito das relações pessoais nega a comunhão. De modo geral, na vida, o autoritarismo nega a experiência, o aprendizado, o “ser mais” do qual fala Paulo Freire.


Gabriel Rocha

sábado, 18 de setembro de 2010

Visita a Heliopolis

Ao chegarmos ao Pólo Educacional,a sensação que tive era estar em casa,acredito que por conta das árvores, o sol se fazia bem presente e fomos recebidos pela a Arlete,depois conhecemos o Braz diretor da escola Campos Sales,nos devotamos a conhecer o espaço
O Pólo Educacional conta com 2 EMEIS,a escola Campo Sales,um cinema um centro cultural,uma ETEC,um teatro está sendo construído assim como uma quadra poliesportiva.
O espaço chama a atenção por parecer uma ilha, não no sentindo isolado mas no sentido de propriedade nela existente,os projetos pensados para o Pólo são incríveis,pretendem desenvolver a utilização do entorno da melhor forma possível.
Depois do almoço fomos conhecer o as salas do Campos Sales,conhecemos os alunos do fundamental, as salas não tem paredes,os alunos estudam a a partir de um roteiro,onde escolhem a matéria que irão estudar,isso passando por todas as matérias,eles formam um grupo de estudos com quatro alunos, o método de ensino implica em que os alunos sejam autónomos em seus estudos e compartilhem com os outros duvidas e soluções o professor é chamado para responder duvidas e auxiliar no andamento dos estudos.
Descemos para a sala de leitura para assistirmos um curta que fala a respeito do projeto do bairro educador e da participação intensa da comunidade de Heliópolis.
Braz respondeu nossas perguntas,disse da sua preocupação com o andamento do projeto educacional e me pareceu um homem apaixonado pelo que faz.
Saímos do Campo Sales e fomos conhecer a biblioteca de Heliópolis a sede da UNAS e a Radio de Heliópolis,a biblioteca fica em uma casa alugada pela UNAS,ela tem dois andares que são decorados com paginas de uma enciclopédia,no espaço para as HQs existe uma parede que é toda decorada com gibis da turma da Mônica tendo como desenho pintado na parede o personagem do Louco,quando vi aquela parede notei de imediato o quanto de carinho
aquele espaço era reservado,eu bem sei como é demorado revestir uma parede de quadrinhos e ainda mais deixar um espaço extremamente modelado para o desenho do Louco,ao sairmos fomos presenteados com uma sacola ecológica,assinamos o livro de presença e fomos para a UNAS,conhecemos uma quadra de futebol que fica bem ao lado da sede da UNAS onde acontece os principais eventos da comunidade e uma balada sem bebida alcólica promovida pelos jovens da comunidade,conversamos com a presidenta da UNAS que nos contou sobre a historia de Heliópolis e algumas estórias da formação da associação,como os moradores se relacionam com a UNAS e com o Pólo Educativo,seguimos para a radio,conhecemos o estúdio da radio, Angela e Michell disseram algumas palavras ao vivo.
Apezar de meu relato está fechado,duro sem muita emoção ir a Heliopolis foi importante e ver o tamanho da organização deles me deixou bem impressionada,foi um dia bom, muito bom depois de tantos ao meu ver ruins...

Juliana Gleice Rodrigues

quarta-feira, 28 de julho de 2010

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Relatório Espontâneo! [26/07/2010]


Já faz algum tempo que não nos é pedido para fazer o relatório de cada segunda-feira, porém, hoje senti muita vontade de escrever por ter considerado o dia extremamente proveitoso, e ter notado mudanças efetivas no comportamento de todos e na formação.

São quase 6 meses já, e é muito fácil (pelo menos para mim), notar a sincronicidade que vem sido desenvolvida, mesmo com pontos de vista tão divergentes sobre diversos aspectos, sendo que afinidades muito fortes vão sendo construídas mesmo em torno das diferenças (o que eu acho muito bonito aliás.), enfim, cada dia que passa me contento mais com o grupo e a maneira como vamos trabalhando cada tema, cada assunto e cada ação. Me contento cada vez mais com o espaço de convivência que está formado e que continua evoluindo. É um sentimento muito particular, mas boto fé que algumas pessoas se sintam assim também. (até os mais novos que já entraram fazendo tão parte do grupo que a diferença de alguns meses parece nem importar!).

Bom, hoje no período da manhã lemos todos juntos, e o Bira leu em voz alta, o texto “O Encontro do Imaginário” de Maurice Blanchot, enquanto o Ângelo, a pedido da Ângela, de olhos fechados sentia e imaginava o texto. No final da leitura, ele expôs o que viu ao escutar, uma experiência de imagens oníricas, muito bacana de ser compartilhada e que foi somada as outras experiências imagéticas de outras pessoas do grupo (daqueles que falaram ou não, mas que de qualquer maneira compartilharam). E tivemos uma discussão filosófica muito interessante em que consistia no canto da sereia enganar os homens fracos, do canto da sereia ao se tornar seu objetivo, te afastar da meta , ou mesmo te aproximando, te levar ao precipício. Achei muito bacana o texto! Assim como a questão da Ângela “Se escutamos os outros e se escutamos a nós mesmos?”, algo que embora seja bem complicado de se pensar, é realmente primordial. O Bira falou sobre escutarmos nosso coração, e o Chellmí acabou levando a discussão para um ponto parecido, essa contradição, esse conflito, que temos em cada um de nós, entre razão e emoção, onde muitas vezes somos guiados pelas nossas paixões, nos distanciando do objetivo em que queremos chegar, muitas vezes contrariando a nós mesmos, mas ao mesmo tempo, sendo leais ao que sentimos. (o que a meu ver acaba virando aprendizado e produzindo um resultado mais positivo do que quando somos guiados apenas pela nossa consciência, ou o que pensamos ser nossa parte racional) e essa discussão entre subjetivo e objetivo, emotivo/impulsivo e racional, realmente dá muito “pano pra manga” e continua em aberto sempre quando colocado em questão, afinal, dificilmente se chega a alguma conclusão fixa e rígida.

Em seguida à leitura e à discussão do texto, partimos para “aquilo que nos movimenta” no momento, que é a pesquisa, e a ação que irá ocorrer no dia 09/08/2010 na praça em frente ao CCJ. Os grupos foram dividos por segmentos de pesquisa, e a meu ver, todos parecem contentes ao tratar do tema, mesmo com todos os percalços que foram surgindo... “aquilo que é maior me aumenta, me conforta e me confronta” (somando as frases da Ângela, do Ângelo e do Gabriel que foram colocadas no mural que construímos a respeito da pesquisa e da praça) essas frases que foram comentadas hoje pela Ângela e que de fato apresentam uma potência.
Pelo menos no meu grupo das Redes, nos empolgamos demais com a produção do evento, várias proposições de atividades, mas que tiveram que serem reduzidas e comprimidas, devido à limitação do tempo no dia disponível para cada grupo, embora ainda tenhamos muitas oportunidades de dar continuidade em outros dias, para ocuparmos a praça e para que se dê o envolvimento de todos do entorno, e para que tudo vá caminhando, e eu acredito realmente nessa mudança que já está acontecendo e na que ainda está por vir!

Dado o tempo, saímos para almoçar (e compartilhar algumas doces paçoquinhas. rs.) e voltamos no período da tarde só com o Mau, experiência diferente na formação também. Vimos uma parte do vídeo “O Abecedário de Deleuze” do filósofo Francês Gilles Deleuze, o vimos expondo sobre a letra D de Desejo, onde o próprio Deleuze fala sobre o que é para ele o desejo e o quanto a idéia dele de desejo se afasta da idéia de desejo dos psicanalistas. Para ele o desejo não está ligado aos pais, nem ao lamento da castração, para ele o desejo é um construtivismo, é uma porção de elementos interligados, não se deseja algo isolado, se deseja um conjunto, é algo coletivo, um agenciamento, diferente da concepção de desejo da psicanálise que segundo as palavras do mesmo “nos reduz sempre a um único fator e ignora o mundo”. Achei muito interessante o que o vídeo acrescentou porque nosso desejo de mudança na praça é bem isso, um conjunto de coisas.

Em seguida, partimos novamente para a organização da atividade na praça, e a criação do blog, fechamos os horários que cada grupo terá para apresentar a pesquisa no dia, discutimos algumas coisas que deverão acontecer por fora desse horário determinado, e tudo correu muito bem no encontro de hoje! Consegui notar hoje uma autonomia maior de cada pessoa, e do grupo, princípio esse que é tão essencial analisado sobre qualquer aspecto. E mesmo com as limitações temporais, estruturais e etc (que acabam sendo essenciais também), tudo está correndo de uma forma muito positiva, com grandes sonhos, mas firmando os pés no chão.


Abraços a todos!

Geisa.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Pensando...


Eu quero em poucas palavras tentar esclarecer um pouco sobre o que eu estou vivendo neste momento, vamos dizer, nesse ano de 2010 ( em relação ao Tomie e ao CCJ).
Me sinto perdida por estar aqui aprendendo um mundo novo, diferente.
Porque para mim é um novo mundo, depois de 24 anos, Vírginia dos Santos Abuquerque esta descobrindo o que é cultura, o que é arte,falando nisso, uma palavra tão pequena mais tão complicada e significa tanta coisa: ARTE ( música, papel, tinta, fotografia, objeto, livro, pessoas, cinema, teatro, etc...), sabe estou tentando aprender sobre isso e a entender também.
E espero um dia esclarecer tudo isso.
E em vez de escrever dúvidas, escreverei respostas.
Gosto de escrever, mais não escrevo palavras dificeis e nem filósoficas, não sei se meu jeito está certo, mais é o mundo que conheci.
Tenho 24 anos e estou me sentindo como se estivesse aprendendo a andar, dando os meus primeiros passos.
Para mim são tantas palavras dificeis, mais gosto de estar no meio deste mundo que ainda estou aprendendo a conhecer, dificil e complicado, mais estou me esforçando.
Fico pensando e penso que não estou aqui em vão, não sei o meu destino, mais é algo que vou levar para toda a vida.
Sei que não vou ficar só aqui e que tem muitas coisas e muitas pessoas para conhecer e aprender, creio que dificeis também.
Vou deixar aqui um pequeno pedaço do texto que a Angela passou para nós lermos, não entendi muitas coisas, pois não entendo muito de filosofia, mais achei muito bonito esse pedaço:
"Alguma coisa fechada deve guardar as lembranças deixando-lhes seus valores de imagens. As lembranças do mundo exterior nunca terão a mesma tonalidade dos lembranças da casa. Acrescentamos valores de sonho; nunca somos verdadeiros historiadores. Somos sempre um pouco poetas e nossa emoção traduz apenas, quem sabe a poesia perdida."

VSA.

terça-feira, 25 de maio de 2010

quarta-feira, 19 de maio de 2010

17/05/2010

Manhã
O encontro começou pontualmente com a presença da educadora Priscila, que foi convidada a nos mostrar algumas brincadeiras (demanda estabelecida pelo grupo no encontro anterior).
Em roda, nos apresentamos dizendo nossos nomes e fizemos um movimento para representá-lo.
Em uma segunda rodada relembramos os nomes e os movimentos de cada um. Por fim, relembramos só os movimentos como uma coreografia.
Em seguida, fizemos uma espécie de aquecimento circulando pelo espaço de maneira aleatória. Foi colocada uma música e pudemos caminhar de acordo com o ritmo, encontramos os olhares e pudemos experimentar outros caminhares (de lado, de costas, em círculo).
Muitas brincadeiras e jogos foram ensinados e tivemos a oportunidade de relembrar alguns da infância: jogo da flecha, contação de história com um objeto, interação com o tecido, marinheiros da europa, rio vermelho, cantigas, amarelinhas, e outros. Aprendemos a fazer um brinquedo chamado barangrandão arco-íris, fica muito bonito e é bem fácil de fazer, pois exige materiais baratos ou reciclados (fita crepe, jornal, papel crepom e barbante).
Como o tempo é sempre curto, a educadora ficou de nos enviar por e-mail todas as brincadeiras que fizemos e as cantigas para podermos recordar futuramente em momentos de necessidade.

Almoço : )

Tarde
No período da tarde tivemos a presença da “mágica” (ilusionista) Nina, que foi convidada a nos desvendar alguns truques justamente para termos “cartas na manga” (infâme?) em momentos de necessidade.
Nina nos disse que a postura do mágico (a) e/ou do (a) assistente é sempre muito importante, pois se deve desviar a atenção do público do objeto, do truque. Então, os olhos e os gestos devem ser expressivos e tem que haver muita gesticulação, para tanto o tato deve ser trabalhado, pois muitas coisas devem ser feitas praticamente sem olhar, justamente para dar um ar de naturalidade. O treino e a preparação são fundamentais.
Aprendemos truques como: bexiga furada com agulha de crochê que não estoura, cartas de baralho, papel transformado em dinheiro, água despejada em jornal que não cai no chão, não molha o jornal e retorna para o copo, cartola, tinta transformada em água. Tivemos a oportunidade de confeccionar alguns dos truques que foram ensinados para montarmos nossa caixa de mágica.
O encontro se estendeu bastante e foi finalizado com uma mágica.

Agora uma análise pessoal:

Acredito que nossas ações “reverberam”, sejam elas quais forem, por isso devemos pensar nossos atos, pensar na responsabilidade que temos sobre a vida das pessoas. A transformação pode partir das pequenas coisas (*). Devemos pensar em como fazer com que pequenas coisas possam se tornar em coisas úteis, para assim gerar com responsabilidade, por pequenas que sejam mudanças, nas pessoas, nos espaços, na história.
(*) coisas aparentemente tolas, por exemplo, brincadeiras e mágicas.






Rosangela

terça-feira, 18 de maio de 2010

Registro

Manhã 10/0

Cheguei naquela correria, com a cabeça a mil por hora, como sempre fico após minha aula de sociologia quando saio correndo para o Tomie, e pega metro e pega ônibus e anda a R.Pedroso, enfim vejo o prédio colorido, enfim chego a sala de costume.

A Dolores já nos havia comunicado que iria nos auxiliar na função da ausência/ Presença da Joana.Na segunda-feira junto com a Mari ela compareceu ao Tomie para conversar conosco e mostrar a todos os monitores quem de fato era a Dolores sem ser como gestora, mais sim como pessoa, sua trajetória, seus objetivos, sua formação e expectativas para a sua vida pessoal e profissional. Logo após ela nos mostrou ai sim olhando como foco sua trajetória com o CCJ, como cada parte da programação foi conquistada, e os projetos que eles já tentaram mais não permaneceram, e aqueles que foram conquistados e até hoje permanecem. Mostrou o seu lado que sente realmente aquilo que faz, sua preocupação em que a biblioteca realmente atinja mentes e que o incentivo a leitura seja algo, como o objetivo do espaço que ela representa e atua continuamente sempre tentando concretizar da melhor maneira os seus projetos focados em acalentar a carência do público da região.
Então ela nos trouxe um filme do Kurosawa que se chama “Os Sonhos” para mostrar algumas partes que ela como pessoa se identificou e para dividir conosco a profundidade que aquelas cenas traziam para ela e para a sua vida.Foi extremamente sensível e bonito assistir a este filme que nos passa a “vida da vida”.

Tarde com a Angela – 10/05
Na parte da tarde a Angela nos disse que trataríamos agora a questão do espaço. Nos focando no espaço do CCJ, o que aquele espaço que trabalhamos significa para nós e como podemos nos contextualizar com eles a partir do momento que nos sentimos realmente pertencentes àquele ambiente. Depois conversando sobre a temática resolvemos discutir também a partir da interação dos monitores com o espaço, não só em especifico o do CCJ, mais espaços que carregamos em nós no dia-dia, sua referências de interação conjunto com o comportamento que nos sujeitamos em cada um deles, para assim conseguirmos colocar a reflexão: monitores/ espaços/ CCJ, da maneira mais ampla para a especifica.
No momento em que estávamos no auge da discussão do espaço e com um texto oferecido pela Ângela sobre poética do espaço, nos deparamos com muitas questões que estavam nos afligindo, não só em relação ao CCJ/TOMIE, mais em relação a nós mesmos, como indivíduos, como monitores pertencentes ao mesmo espaço e como grupo.
Em relação a essa conversa dos monitores ao monitores deixo meu registro como forma de poema:

“O conjunto do individuo
Do sim, do eu, me reflito em você.
O “oi” carrega mil palavras.
Cotidiano que nos atravessa
Passa a ser a corrente
Que une, que leva
Na correnteza dos sentidos.
Que na brincadeira do sentir
Torna-se um sentimento, um laço de união.
Ele se aproveita do tempo, do convívio
Do intocável que fica concreto
E transforma, eu, você, ele
Em um grupo perpétuo.”

Após esse momento de reflexão começamos a conversar sobre as expectativas esperadas em relação ao Tomie, foi um momento muito bom, pois montamos um painel de cronogramas que o grupo achava necessário para o curso de formação de Jovem Monitor e esclarecemos com os educadores: Mari, Mau, Ângela, sobre o que realmente é de fato para eles a formação e é claro, o que é necessário cumprir e aquilo que podemos juntos construir para buscar como um grupo o objetivo que todos queremos.


Abraços
Letícia