segunda-feira, 5 de abril de 2010

Na busca de existir.

Meu texto não existia,meu texto agora nasceu,começa a balbuciar a forma do meu pensamento meu texto balbucia as palavras dos outros que também são minhas meu texto bebe o leite do conhecimento que as perguntas trazem,tao bonito ver meu texto ouvindo seu primeiro som sua primeira raiva vivendo seu primeiro amor
A frequência do texto segue a frequência da própria construção da nossa realidade,não respondo com minha boca mas acredito de forma constante na imensidão que as palavras trazem minha oralidade repentina se fecha em meus dedos frenéticos,cada encontro ao acaso nos dá a chance de tentar mudar o mundo,educadores de nos mesmos ,soberanos na arte de transformar.
Falar para quem queira ouvir, falar aos berros para que ouçam,falar aos berros para que sintam,falar cada palavra na certeza de que nenhuma palavra é em vão,ter cuidado,penitencia na vontade de acreditar,escrever é pensar, organizar relacionar é sabido de forma obvia que não se trata da única forma de expressão mas saber escrever se aproxima da capacidade de se fazer entender,seja para o outro seja para si.
Poética do olhar poética da escrita poética da fala,som,poética do mudo,do cego poética da arrogância,minha necessidade é falar,minha necessidade é escrever,minha necessidade é a de que eu consiga afetar,desconstruir/construir,chorar ouvindo Villa Lobos,andar pela cidade escura na chuva e ainda acreditar que o ser humano valha a pena,ainda acreditar que eu valho a pena,tentar na minha fala na minha escrita que o meu próximo consiga conviver com tudo que é diferente em uma só,tudo que é contradição,ambiguidade ambulante ,pessoa concreta.
Meu fomento exasperado é a busca de que quem sabe um dia meu texto tome sua primeira forma visível sendo importante na transformação de alguem.

Juliana Gleice Rodrigues.
05/04/10
Segunda-feira 22:44.

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